1 de janeiro de 2012

2011

Acabei o secundário e entrei na faculdade. Quando era pequena, imaginava que quando fosse para a faculdade já seria muito crescida, muito inteligente e muito alta. E o meu soutien teria um tamanho decente. Hum... talvez quando acabar a faculdade. Mas já perdi esperança na altura... e no tamanho do soutien.


Fiz 18 anos. Dei sangue, um bocadinho. Comecei a tirar a carta.


Viajei: aprendi a esquiar. Ensinaram-me a técnica de acariciar moedas, e o valor dos escritos nas casas-de-banho públicas. Aprendi que as melhores noites não se passam a dormir, mas ainda assim devo dar o devido valor à minha cama. E à minha liberdade.
Por outro lado, passei horas intermináveis em autocarros, perdi-me em sítios desconhecidos, apanhei uma multa, dormi em sítios malcheirosos, lamacentos, usufrui abundantemente do cheiro a ganza, tomei banhos de água gelada, tomei banhos de chuva, comi mal e, de longe o pior, partilhei os lavabos com milhares de pessoas. Tudo isso ensinou-me a ter paciência, a adorar o meu mp3, a minha cama (novamente, uma vénia), o meu frigorífico e a minha casa-de-banho.


Aprendi ainda a andar de bicicleta, mais ou menos. A fazer experiências, e a não tentar fazê-las em casa. A tirar ovo do cabelo.


Conheci pessoas novas, mas muito mais importante: conheci realmente algumas pessoas, no fundo. Aprendi sobre preconceitos. Tornei-me menos moralista.


Descobri um pouco mais de mim. Descobri a energia única do teatro. A profissão perfeita para mim. E a simplicidade que é necessária no amor, algo óbvio mas difícil, pelo menos para mim. Tal como a reação: é mais fácil parar, não sair da zona de conforto. Mas, se tiver valor, vale mesmo a pena.


São as minhas resoluções de ano novo: continuar a descoberta da minha essência e do meu propósito. Aproveitar cada momento, errar se necessário. E ter sempre paciência, coragem e força para reagir, simplesmente.




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