Hoje tivemos mais uma hora. E eu em vez de estudar Anatomia andei a ver dramas e thrillers, e até as Notícias! Descobri então que amanhã a população mundial ascenderá a 7 biliões de pessoas. Na sequência desta descoberta, encontrei um site muito fixe que me disse: You were the 5,577,151,328th person in the world! (http://www.bbc.co.uk/news/world-15391515)
E é realmente parvo como estas coisas me deixam feliz, do género: faço parte de um acontecimento histórico, weee :3
24 de outubro de 2011
Hoje descobri que as pessoas da minha turma são quase todas mentalmente saudáveis. E isso preocupou-me.
Já não falava com a minha avó há uns três anos. Mas gosto dela, preciso dela e não quero que ela morra.
Tudo isto está relacionado com as 4 horas mais secantes da minha vida. O que ficou: a doença se perpetue genética de esquizofrenia na família não há uma única causa que provoque a doença mental não vive na rua por acaso sofrimento psicológico hum?biopsicossocial questionar a autoridade é gato suicídio na linha do comboio chips delírios droga droga droga comunidade aura 18h45
somos todos doentes mentais a mente consumida, por excesso de informação, de emoção, pressão a mente entupida de nada, deeeeeeeeeee repetição erro.
De facto, "vamos todos sair dali sem saúde mental". Nota-se.
O gato. Como um peluche, pequeno, deitado no meio da estrada de olhos vidrados. Frio. Ia-lhe pegar, mas não fiz nada, como é que é possível, deixei-o ali morto no meio da estrada, para ser atropelado outra vez.
Ou para ser visto por uma criança que vai ter pesadelos à noite.
Não fiz nada porque sou influenciável. E tive medo, outra vez.
A energia mudou com aquele grupo de pessoas especiais. Energia criativa e etérea, a melodia no corpo. Um grupo pequeno, ao qual não pertenço, mas isso não me deixa triste. Sei que pertenço a cada uma daquelas pessoas, de formas diferentes, com experiências diferentes.
Mas de facto, há coisas que me entristecem.
A indiferença, principalmente a minha.
A consciência, só a minha.
A possibilidade do fracasso.
A palavra "família".
E às vezes gostava de não ser tão estranha, ou de perceber porque o sou. Mas isso é peanuts.
Acho que tenho potencial para jogar no Casino. Se aprender a parar quando estou a ganhar.
Mais importante: eu posso ter que fazer trinta por uma linha para ir, mas não quero que me pagues o jantar dos teus anos. Sei que é por amor, e porque és das melhores pessoas do (meu) mundo. Mas faz-me sentir mesmo mal. Tipo, pena.
Mas o que eu gostava mesmo era de ser capaz de ser frontal com as pessoas. É que facilitava... Eu gosto que sejam frontais comigo, que me digam o que faço de mal. Ajudam-me a crescer.
E eu quero ser frontal com vocês, dizer que me irritam. Como me disseram a mim, e era tal e qual.
Mas fico incrivelmente frustrada quando falho. Em cenas importantes. De dinheiro.
Também me dá nervos que às vezes estejamos ali duas ou três a cantar em altos berros, na filinha pirilau, e as outras nem um pio. Eu juro que sempre que vos oiço cantar acompanho, mesmo a sério.
Mas até gosto dos meus colegas, vá.
E dos terapeutas, principalmente os que me dizem "bom dia" como se eu não cheirasse mal :)
Passei o meu dia em praxes, cheguei a casa com o cabelo cheio de ovos, farinha e ketchup. Sem voz, com dores no corpo, jantar. E passei o fim-de-semana em Évora, a aprender truques de magia e limpar frigoríficos.
Sinto-me calma, segura. Vai correr tudo bem: o meu desejo de aniversário está a realizar-se!
«Ah, em Alcoitão não há praxes, o director proibiu este ano...»
Besta nãoseiquantas, tais dentes, do curral de sítio, acasalada/não acasalada.
Pinturas corporais, "unhas".
Caloira mistério, a voz tem uma missão para si. Engraçado, que eu era a única moça que não fazia a mínima disto:
Entra no écran.
Os teus segredos, pela noite dentro.
Eu quero ver-te no meu écran.
Na Casa dos Segredoooos.
Mousse de chocolate, pouca pontaria de um rapaz lindo que eu tenho a certeza que é gay, ou talvez seja trauma. Músicas, gritos, filinha pirilau, quáquá pum, jogo das cadeiras, coisas engraçadas.
Nós somos cinco putas, cinco prostitutas deste cabaré olé olé!
Muita gente, caras novas. E no meio dos olhares diferentes, os antigos, cúmplices. Quando me cruzava com aquelas pessoas, percebia as saudades que sentia de estar ali com elas.
As saudades que sentia daquela energia, de um timbre completamente diferente. Ao início é estranho, mas é exactamente: primeiro estranha-se, depois entranha-se. Torna-se uma parte do nosso ser, com a qual é sempre saboroso reencontrarmo-nos. Como um voltar a casa, lar doce lar, a nossa cama, podermos andar sem soutien e sem vergonha. Respirar. Liberdade. Pertencer.
Hoje senti que pertencia ali. Não senti ansiedade. Olhei para o lado e vi gente nova "fora de si". Adorei. Deitada no chão de madeira, ofegante, olhos fechados, tensão nos músculos, inspiração a quatro tempos, expiração com som, espreguiçar à gato, roda.
Soube tão bem :)
Prometo a mim mesma que este mês (ou no próximo, vá) vou passar um fim-de-semana a Évora!
Uma música na minha mente:
Para finalizar, não me importo minimamente de ter comprado um chocolate para beber um copo de água, nem de ter perdido um comboio de propósito e um comboio sem querer. Cresci mais numa hora do que em semanas da minha existência. Percebi-te/me. Obrigada pela partilha.